Há um novo
brinquedo no mercado – o pau de selfie.
A chegada
desta nova geringonça vai acabar com mais um antigo e divertido ritual do
turista – escolhia-se um asiático, turista como nós, com a máquina fotográfica
ao pescoço, e pedia-se-lhe: would you,
please, take us a picture?
Ele (a)
sorria, ou não, respondia sure, a
gente fazia pose e, no fim, despedíamo-nos todos com simpatia, como o engenheiro
Sousa Veloso no tempo do TV Rural.
Aquela foto,
tirada pelo asiático criteriosamente escolhido, era a prova provada, e com
grande probabilidade a única, de que tínhamos estado mesmo lá, e juntos.
A partir de
agora, basta sacar o tal pau de dentro da mochila, e disparar.
A
posteridade deduzirá, talvez, que esta foi a época de ouro das relações, porque
os casais em férias surgirão, em milhares de fotografias, juntinhos e risonhos.
E pronto, e
assim se acabou também com a interacção fotográfica com turistas asiáticos.
Só nos
últimos anos já vi desaparecer tanta gente, tantas ideias, tantos costumes,
tantas profissões, tantos modos de fazer que às vezes penso que vivo mas é num
buraco negro – num daqueles com muita massa, que tudo sugam e tudo fazem
desaparecer.
Medo!
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