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sexta-feira, junho 10, 2011

Até vão comer a relva

As paixões político-partidárias, em Portugal, assemelham-se cada vez mais às paixões clubísticas com o seu quê de hooliganismo e tudo. O adversário passa a inimigo, para ser destruído e feito em picado.
Sócrates foi vítima dessa postura até à exaustão, umas vezes com razão e outras sem ela. O elenco da tragicomédia mudou, mas o guião vai ser o mesmo, só que de sentido inverso.
Ana Gomes, mulher frontal e geralmente corajosa, revelou agora também o seu gosto pelo canibalismo. Perdidas as eleições trata de fazer declarações sobre Paulo Portas, trazendo à baila, e bem, a questão dos submarinos, mas acrescentando logo de seguida declarações sem nexo sobre Strauss-Kahn, Casa Pia, prostituição e cabeleiras loiras. Tudo muito ao jeito do célebre e inolvidável discurso da Zezinha Nogueira Pinto “eu sei que ele sabe que eu sei”. Ora, eu, por mim, não sei nada disso e se Ana Gomes sabe de alguma coisa era bom que usasse a sua frontalidade habitual, chamasse os bois pelos nomes e se deixasse do “sei mas não digo” que já enjoa.
No seu blogue Da Literatura (O Método, 9 de Junho) também Eduardo Pitta não esconde qual a disposição dos socialistas para a nova temporada e diz textualmente - “Quem instaurou o método vai ter de viver com ele.”, ficando assim tudo justificado. É mais que sabido que a vingança se serve fria  mas este primarismo do “cá se fazem cá se pagam” leva-me direitinha à Água das Pedras.
Que o povo da Musgueira sofra pelo Benfica e queira matar o adversário, eu até posso tentar entender, mas os intelectuais, senhor, porque lhes dais tanta dor, porque se comportam assim?

PS: Eu não gosto do Paulo Portas. Nem um bocadinho só.