António Mega Ferreira foi contratado pele Câmara Municipal
de Lisboa para fazer um trabalho sobre os museus da cidade.
Segundo Catarina Vaz Pinto, vereadora com o pelouro da
cultura, pede-se “um programa criativo, uma estratégia”, elaborada por “alguém
que esteja habituado a pensar a cultura e a cidade”.
Como seria de esperar, esta decisão camarária levantou
polémica; como é óbvio também, arranjou-se trabalho para um amigo que tinha
caído no desemprego.
Contudo, num tempo normal, ninguém teria dado por nada ou
até se acharia positivo, porque o trabalho encomendado é necessário e Mega
Ferreira é capaz de o fazer bem.
Num tempo desesperadamente anormal como o que estamos a
viver, com todas as sensibilidades à flor da pele, tudo parece resumir-se ao
favor ao amigo, e gastar com a cultura passa a ser um “desperdício” – mensagem
subliminar que o governo se tem encarregado de transmitir.
E assim vamos ficando, todos contra todos.
Casa onde não há pão…