Já me indignei com o Pingo Doce e o sr. Alexandre várias
vezes, mas não agora. Fiquei a saber que a empresa, com esta medida, poupará 5
milhões de euros, e também fiquei a saber que os nossos pagamentos com cartão
rendem anualmente, às empresas que os gerem, 85 milhões de euros.
Eu, confesso, estou um bocado farta de engordar gulosos.
O pagamento com cartão é uma modernice, por isso me
espanto com as velhinhas que vejo na televisão, que passaram três quartos da
sua vida a pagar com dinheiro, muitíssimo indignadas com a decisão do Pingo
Doce.
Dizem que têm medo de serem roubadas se andarem com dinheiro
vivo, e apetece-me logo perguntar-lhes se não têm medo que as obriguem a
levantar, na ponta da naifa, muito mais do que os 20 euros que agora devem
trazer sempre na carteira para o caso de se lembrarem de ir ao Pingo Doce
comprar uma bolachas de água e sal.
Estas decisões parecem-me acertadas e de boa gestão, e só
penalizam os bancos – os tais que ganham 85 milhões por ano, sempre com o rabo
na cadeira à espera que a gente saque do cartãozinho.
Mas português, que amocha perante o empobrecimento, as
injustiças e o desfazer metódico dum país, indigna-se por não o deixarem pagar dois
euros com cartão.
Uff! Português é modernaço e fiiiino…!