“Regresso de Miguel Relvas causa
incómodo no PSD”, titulava ontem o Público online.
E eu digo “Não acredito”.
Aquela gente
não tem incómodos, a não ser os da falta de poder; já com a falta de pudor, ao
contrário, sentem-se cómodos. É, julgo, a sua zona de conforto.
Tácticas.
Também têm muitas.
No Coliseu,
estavam felizes. Riam, sorriam, acenavam rindo, ou então, sorrindo.
Foi bonito
de ver − o sorriso de Passos por os ter “metido todos no bolso”; o sorriso de
Marques Mendes, a seu lado, era o do puto que faz qualquer coisa para o
deixarem jogar na equipa principal; o sorriso de Marcelo era o do acrobata no
fim do número de circo em que conseguiu cair de pé e não partir as costelas; o
sorriso de Menezes era o do pobrezinho, boa pessoa mas com azar na vida, que
aceita qualquer esmola; finalmente, o sorriso de Santana Lopes era o da velha
raposa que os “manca” a todos e nunca larga a presa. E nem o Relvas faltou.
Por mérito
próprio, Passos é o rei leão naquela selva.
Pelo caminho
que aquilo levava, ainda admiti que se pudesse passar da pornografia soft em que estávamos, para a
pornografia hard, se se verificasse
também a inopinada aparição de Ferreira Leite ou Pacheco Pereira.
Tal não
chegou a acontecer, felizmente. É que os congressos do PSD sempre foram
espetáculos pouco edificantes, mas classificáveis como “para toda a família”.
E assim devem
continuar.
O Coliseu
devia cheirar a futuro e às suas deliciosas promessas; por isso ninguém quis
ficar fora da fotografia − para mais tarde recordar, se necessário for.
A esquerda
que continue a apaparicar “os críticos” do PSD, citando-os, partilhando-os,
louvando-os, em vez de cuidar da sua vida e de pensar uma outra vida.
Eles
agradecem essa preciosa ajuda.
Ou talvez
nem agradeçam, por já não precisarem.