Mostrar mensagens com a etiqueta Gonçalo Barreiros. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Gonçalo Barreiros. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, março 14, 2013

Gonçalo Barreiros no Chiado 8


Vraum é o nome da exposição de Gonçalo Barreiros (Lisboa,1978) que pode ser vista até 10 de Maio 2013 no Chiado 8.

 “ Não é simples classificar o trabalho que Gonçalo Barreiros tem vindo a desenvolver sensivelmente desde 2003, ano em que iniciou o seu percurso público. Talvez a característica mais determinante na sua prática seja a tendência para tornar o espaço expositivo como um palco e para fazer das suas peças agentes de acções perturbadoras, sarcásticas, cómicas ou exasperantes.”

Isto escreveu o curador Bruno Marchand no catálogo da exposição e, se ele o diz, quem sou eu para o desdizer.

Mas, por acaso, também acho que não é simples classificar este trabalho, como não é simples classificar nenhum trabalho no campo das artes visuais hoje em dia.

Porém, nesta exposição há frescura, surpresa e ironia.

Todo o trabalho exposto remete para nosso imaginário da Banda Desenhada, sugerindo-o apenas, quer com peças que evocam o gesto de arremessar, quer com a linha da paisagem, quer com os balões de fala e a prancha da Banda Desenhada absolutamente em branco.

Neste último caso, que corresponde à parte final da exposição, o artista parece querer perguntar-nos se somos dos que acreditamos que a arte deve comunicar alguma coisa, e deixa-nos entregues à nossa sorte perante molduras que “nada enquadram, nada devolvem, que não respondem”.

Depois de séculos a acreditar que sim, que a arte deve comunicar, não se muda facilmente.

Prova bem divertida disso mesmo foi ouvir o comentário da jovem mulher que estava perto de mim no dia da inauguração (1 de Março, véspera da manifestação). Dizia ela para os seus companheiros: ali naquela prancha, e com uma parede tão branquinha apetece-me mesmo escrever “que se lixe a troika”.

Estávamos, pois, e como também se diz no catálogo, num “território fértil para a subjetividade”, que é o território por excelência da Arte Contemporânea.
Vale a pena ir ver e “experienciar”. A entrada é livre.