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terça-feira, julho 29, 2014

Clara e João, combate de galácticos










 
 
 
 
 
 
 
A entrevista de Clara Ferreira Alves a João Magueijo, na Revista do Expresso de sábado passado, não é bem uma entrevista.

Quando se chega ao fim, percebe-se que aquilo não passa duma batalha verbal entre dois cabotinos.

Ela exibe-se formulando perguntas, que mais parecem orações de sapiência, em que consegue introduzir termos e nomes que todos os leitores do Expresso usam quando vão ao mercado comprar sardinhas. Por exemplo, Margate, englishness, understatement, Hawking (é uma obsessão), D. Afonso da Maia, stasis. E ainda encontra espaço para dizer que tem um aluno de doutoramento que é muçulmano.

Ele vai respondendo com merda, caralho, foda-se ou cu, q.b.

A dado passo, abandonando fugazmente a ciência e o vernáculo, Clara pergunta − “o que lê quando está triste?”. Logo ali me pareceu  que a pergunta estava quase, quase, ao nível da mais famosa pergunta da televisão portuguesa – “o que dizem os seus olhos?”, mas para melhor, claro.

Abreviando, e para quem não teve oportunidade de ler a entrevista, transcrevo uma pergunta/afirmação, e respectiva resposta, que resumem magistralmente o tom e conteúdo deste trabalho jornalístico:

 - Vamos falar de Hadron Collider. (diz ela)
 - Foda-se! (responde ele)

Um pouco de understatement até nem calhava aqui mal, pois não?!

Melhor calharia ainda sermos poupados a seis páginas de pornográfico exibicionismo de dois egos que se julgam a encarnação única da própria partícula de Deus.

segunda-feira, janeiro 14, 2013

Falemos, então, de putas


Num artigo da série “Que valores para 2013?”, no Público de 6ª feira passada, João Magueijo (Físico Teórico português no Imperial College, em Londres), escreve um artigo com o título “República das Putas”, que começa assim:

A expressão não é original, mas o plágio é deliberado. Quando Josef Skvorecky escreveu o livro República das Putas, havia na então Checoslováquia o sentimento dum país traído, entregue ou vendido a uma ideologia questionável, por uma classe dominante corrupta e por políticos que eram de facto putas, metafórica e literalmente. No caso de Portugal não houve tanques a entrar pelo país e a ideologia a que fomos vendidos será outra, supostamente oposta. Mas de resto a história é tal e qual, especialmente no que diz respeito à qualidade e moralidade dos políticos.

Ocorrem-me algumas notícias recentes que provam como vivemos, digamos, num sítio mal frequentado, só para não repetir palavras que a minha mãe não gosta que eu use.

1 - Novo director do departamento de supervisão da CMVM criou, para o BCP de Jardim Gonçalves, cinco off-shores nas ilhas Caimão.
Como não quero levar com uma queixa-crime como aconteceu com a Associação Transparência e Integridade, vou dizer que concordo porque o homem deve ser muito competente, fez muito bem o que lhe mandaram e nunca foi arguido.
Viva a CMVM.

2 - Lobo Xavier vai liderar a Comissão para a reforma do IRC. Pode parecer que se vai meter a raposa no galinheiro, mas Lobo Xavier é alto quadro da Sonae e é muito competente. Faz o que lhe mandam (ou pagam) e até vai à televisão.
Viva a Sonae.
 
3 - João Cordeiro, da Associação Nacional das Farmácias, vai ser candidato à Câmara de Cascais por decisão de António José Seguro.
Este homem disse do PS o que Mafoma não disse do toucinho, mas pronto, é supercarismático (!), experiente e competente. Dará um magnífico presidente de câmara porque a mulher de Seguro é sua colega na ANF.
Viva o Seguro.

4 - A presidente da Câmara de Palmela, eleita pelo PCP, vai reformar-se aos 47 anos.
Tem direito, sim senhor, e político não tira direito a político, só a quem o elege.
Viva "a superioridade moral dos comunistas".

República das putas, isto?
Não, o Magueijo exagera; antes diria − república com muitas putas mas muitíssimos mais tansos.

Bolas, até me esqueci que a minha mãe não gosta que eu use este palavreado.