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quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Kiev não mora aqui













 
 
 
 
 
 
Ontem vi Kiev em brasa, mas também a Bósnia e a Venezuela sobre brasas, como antes o Brasil, a Turquia ou a Tailândia, locais onde as pessoas parecem determinadas a inverter o curso dos acontecimentos que lhes querem impor.

Inconformadas estão, aquelas gentes.

Enquanto ontem em Kiev se morreu e se atearam fogos, por cá esteve sol.

Deu nas televisões, e gostei muito de ver, o centrão todo à volta do Vítor Gaspar. Este fez um discurso bonito, em que, por acaso, disse o contrário do que disse no último, mas não faz mal porque o último também era muito bonito.

O Vitorino falou bem, e a Avilez estava cheia de charme a agitar a melena.

Assim, ontem, fazendo o balanço do dia antes de adormecer, verifiquei que só uma coisita me aborreceu – a notícia do Público, segundo a qual, Joana Vasconcelos “está sem tempo para intervenção nas comemorações do 25 de Abril”.

Ora, isto sim, é uma grande contrariedade.

É que precisávamos mesmo da mais rebelde (!!!) artista deste tempo para nos ajudar a comemorar aquele único momento da nossa história recente em que todos (ou quase) fomos realmente rebeldes – há 40 anos houve um dia em que nos mandaram ficar em casa e fomos logo todos para a rua.

Depois desse dia de loucura, graças a Deus, sossegámos.
Definitivamente, Kiev não mora aqui. Nem Caracas. Nem São Paulo.

quarta-feira, junho 12, 2013

Nicolau foi a Veneza

Não queria, juro que não queria voltar a falar disto, mas sou fraca.

Lendo o Atual do Expresso de 8 de Junho, topo com uma página inteirinha e laudatória dedicada à nossa Joana na Bienal de Veneza.

O texto deixava muito a desejar, mais parecia um panfleto publicitário carregado de banalidades e de afirmações encomendadas do tipo “o país sai honrado pela escolha de Joana Vasconcelos”.

A meio da leitura já eu me interrogava sobre a sua autoria – o escriba, afinal, era Nicolau Santos, o homem da economia, que “viajou a convite de Pré-Build”.

Ok, entendido.

Porém, uma dúvida me fica: será que o Celso Martins, ou o José Luís Porfírio, que costumam escrever sobre arte no Expresso, não quiseram ir?

Ou será que o Nicolau agarrou no convite e pensou: eu é que sou o director-adjunto e não vou perder esta borla com tudo aquilo a que tenho direito – viagem, jantar feito pelo chefe Avilez e degustado na companhia dos manos Portas, concertos e Dj no tombadilho do cacilheiro atirando música aos canais pela noite fora.

Com a dúvida ficarei, mas daqui te saúdo Joana, por fazeres tantos amigos felizes.

terça-feira, maio 28, 2013

Trindade santíssima

Estava o Ministro dos Negócios Estrangeiros dum sítio sem liquidez às voltas com o magno problema de saber como resolver, sem cheta, a questão da representação do sítio na Bienal mais famosa da Europa quando lhe surge, vinda do tudo, a artista Joana que lhe diz duma assentada:

- Olhe, senhor ministro, aqui no sítio, como toda a gente sabe, “a artista sou eu” e eu quero ajudar a resolver o seu problema; por isso desde já me ofereço para representar a pátria lá na Bienal e o senhor ministro pode deixar de se preocupar que eu arranjo os patrocínios e tudo. Só lhe peço que indigite também o Miguel como comissário do nada, porque ele é um comissário muito lá de casa, sabe, e gostava.

Como todo o sítio já pôde observar, tudo em Joana é grande, incluindo o coração de talheres de plástico, e por isso ela acrescentou palavras vindas do dito:

− E olhe que ainda lhe faço mais uma atençãozinha, porque vou oferecer à sua mana Catarina a loja no deck do barquito para ela lá vender as bugigangas da A Vida portuguesa.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros soltou um suspiro que se ouviu na laguna e fechou o dossiê, não sem antes agradecer a mais que certa intervenção de Nossa Senhora de Fátima (este ministro, quando a coisa mete água e barcos agradece-lhe sempre, desde que em 2003, sendo também ministro, a mesma Senhora nos livrou do derrame de crude do Prestige, segundo o próprio).

Pessoalmente acho que, com um final feliz assim, o país inteiro deve agradecer à Senhora de Fátima mas eu não ficaria bem com a minha consciência se não lhe recomendasse também muito cuidado e olho vivo.

É que, sendo ela tão portuguesa, arrisca-se a que a Catarina a meta no cacilheiro e a venda em Veneza entre vinhos, enchidos, bordados e andorinhas.
Ou que a Joana a forre com renda de bilros.

PS: acho tudo uma vergonha.


segunda-feira, abril 22, 2013

Contra os artistas intelectuais, viva a Joana e mais o Zé Luís

Na sua crónica no Ípsilon de 19 de Abril 2013, António Guerreiro pergunta no título, e a propósito de José Luís Peixoto, O que é um escritor?

Não há link para este texto, mas a blogger Joana Lopes deu-se ao trabalho de o transcrever aqui e vale a pena ler.

Tudo o que o autor escreve sobre José Luís Peixoto, entendo eu que é    aplicável à escultora Joana Vasconcelos.

Resumindo algumas ideias expostas por António Guerreiro, pode dizer-se que dantes o reconhecimento do escritor (ou artista) fazia-se dentro da instituição literária (ou artística), isto é, o critério primeiro da consagração era o reconhecimento do escritor (ou artista) pelos seus pares.

Hoje, pelo contrário, a consagração destes artistas “faz-se na rua, na esfera pública mediática”, e “o monopólio da autoridade para dizer quem é escritor (ou artista, acrescento eu) e quem não é, já não está do lado daquilo a que se chamou instituição literária, com as suas diversas instâncias; está do lado de quem vende…”

Apesar de entender esta assinalável alteração de paradigma, pessoalmente acredito que para a história das artes ficarão apenas aqueles que forem “reconhecidos pelos seus pares”, e que o mercado (que, para funcionar bem, precisa de contar e anunciar quantas camionetas de gente o senhor Covões consegue levar a Queluz para ver a exposição de Joana Vasconcelos, ou quantas revistas Visão se vão vender enquanto o Peixoto estraçalha os Lusíadas) é apenas isso – o mercado, que nada tem que ver com literatura ou arte.

É nisso que acredito, mas também entendo as mudanças e o ar do tempo.

Só não entendo por que razão algumas pessoas se encarniçam tanto a adjectivar de cagança intelectual, ressabiados, “bem pensantes”, invejosos, ciumentos, elitistas, presunçosos, vaidosos, manientos da superioridade do gosto etc., aqueles que se limitam a achar que lá por o grande público amar apaixonadamente Peixotos e Vasconcelos − direito que obviamente lhe assiste, ora essa − o que eles fazem não deixa de ser uma merda.

Que será que tanto incomoda essas pessoas?

 

 

sexta-feira, março 08, 2013

Mulheres

















Hoje é o Dia Internacional da Mulher.

Escolho três mulheres, influenciada pela leitura dos jornais de ontem.

A primeira é Sharon Stone, a mais famosa trocadora de pernas do globo, que aí vem para ser madrinha dum barco português do Douro.

Acho bem. Uma mulher tem que ganhar a vida de qualquer maneira, mas ela que não se venha queixar se descobrir que havia um milhão de portugueses com vontade de serem amadrinhados por ela.

Depois vem a abnegada Maria Cavaco Silva; imagino-a todas as noites na cozinha do palácio a fazer tisanas e biscoitos para o seu homem que, coitado, naquela idade ainda trabalha dez a doze horas por dia para o nosso verificável bem-estar. Vida sacrificada, a desta Maria, que apenas confirma que por trás dum pequeno homem há sempre uma pequena mulher.

Finalmente, a grande Joana Vasconcelos que vai encher outro palácio, o da Ajuda, com as suas tralhas, em parceria com o empresário Álvaro Covões e a empresa deste, a Everything Is New. Anuncia-se que no quarto da rainha estará uma enorme Vespa, loiça de Bordalo e bordados do Pico.

Em picos fico eu só de imaginar a ousadia da rapariga. E será que no quarto do rei vai haver um Bordalo daqueles que a gente sabe? Se houver deve ser grande, que a Joana gosta de tudo em grande.

 

Pessoalmente gosto de, a 8 de Março, lembrar os milhões de mulheres que, pelo mundo fora, vivem em condições deploráveis, sem direitos, e abaixo de todos os limiares de que nos possamos lembrar.
Dedicar um dia à Mulher continua a ter sentido, sim, mas por elas.

 

 

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Uma metáfora chamada Daniel





 



Cá para mim, o verdadeiro representante de Portugal dos nossos dias é Daniel Rodrigues – 25 anos, fotógrafo, vencedor do World Press Photo na categoria "Daily Life", tão teso que teve de vender a máquina fotográfica.

Jovem, desempregado, desconhecido, talentoso, sobrevivente sem cheta com um único e inevitável destino – emigrar.

Eis o inconveniente Portugal 2013.

O conveniente e, diga-se a verdade, aquele de que os portugueses gostam e de que se orgulham, é uma casa portuguesa, com certeza, pão e vinho sobre a mesa, e tem a forma de cacilheiro.

A falar do cacilheiro não gastarei as teclas, mas há quem gaste, e bem, quer nos prós, quer contras.

Quanto ao Daniel, nunca será uma marca, felizmente, mas será um talentoso fotojornalista onde quer que a vida o leve.

Boa sorte, Daniel, vá com deus, que a gente cá fica com a Joana.

quinta-feira, junho 21, 2012

A ambição da "rainha Joana"

Joana Vasconcelos inaugurou a sua exposição em Versalhes bem acompanhada pelos meios de comunicação social, e até levou “à pendura” um ministro e um presidente de Câmara.

Correu tudo bem. Ela é a “rainha Joana”, escandalizou os ultraconservadores como se esperava, agradou aos “progressistas” como também se esperava, tralalá e tralalá.

Acontece que Joana Vasconcelos viu um dos seus mais conhecidos trabalhos -  Noiva, feito de tampões - ser vetado pela directora do palácio e com isso ficou “mais do que decepcionada”.

Curto e grosso, eu diria que, para mim, artista que aceita censura ao seu trabalho e fica só mais que decepcionado, não é artista, não é nada.
Será, quanto muito, um artesão competente e ambicioso que procura satisfazer o cliente, receber o dinheiro e partir para outra.

Os devotos da” rainha” (que não é santa) ” Joana”, que me perdoem estas picuinhices.