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terça-feira, setembro 06, 2011

O frenesim do professor Nogueira

Nunca vi um ministro tratar tão mal um sindicalista como Maria de Lourdes Rodrigues tratou Mário Nogueira da FENPROF. Lembro-me de um célebre e animado Prós e Contras (ou prós e prós, como se preferir) em que a ministra respondeu às questões colocadas por todos os participantes e, olimpicamente, ignorou Mário Nogueira como se ele nem lá estivesse.
Nesse tempo estava imbuída do espírito Thatcher e achava que ia “partir a espinha aos sindicatos”
Mário Nogueira manteve a compostura, passado algum tempo pôs 100 000 professores na rua e a Dra. Rodrigues encostou às boxes em 2009 depois de se arrastar penosamente já com o motor gripado e os pneus esfarrapados.
Mário Nogueira, seguindo a cartilha, certamente dirá que as grandes realizações são sempre do colectivo; porém, lá bem no seu íntimo não terá acreditado um pouco que aquelas manifestações foram também um êxito pessoal, e que conseguiria pôr 100 000 na rua cada vez que quisesse?
Puro engano. Os professores foram para a rua porque estavam profundamente feridos no seu orgulho pessoal e de classe, transformados em mangas-de-alpaca da senhora ministra, veladamente acusados de classe preguiçosa e cheia de mordomias imerecidas. Muitos nunca lá tinham estado, nem nunca tiveram qualquer ligação ao sindicato, e este apenas organizou (bem) um enorme descontentamento
Não sei se Mário Nogueira percebeu isto ou não, só sei que, desde aí, desatou a marca protestos atrás de protestos (o próximo é dia 16 de Setembro), sem cuidar de saber se há “condições objectivas e subjectivas” para os realizar com êxito, isto é, com impacto social, grande adesão, e no tempo certo; em suma, vai banalizando o próprio protesto. Afigura-se-me que este imoderado frenesim vai fazer com que também ele, a prazo, encoste às boxes com o motor gripado e os pneus em frangalhos.
Será uma pena. Bons sindicatos e bons sindicalistas fazem agora mais falta do que nunca.