Não sei em que ano começou o programa de Júlio Machado Vaz,
“O Amor É”, nem isso interessa; sei que dura há tantos anos que deve estar em
competição com “O Preço Certo”.
Se durante muito tempo o ouvi com agrado e simpatia, confesso
que agora já não o aguento.
O homem já deu várias vezes a volta a tudo o que podia dizer,
e aquilo actualmente mais parece uma missa diária que apela à continuação do
bocejo matinal.Não se aguenta, seis dias por semana - programas curtos de 2ª a 6ª e programa de uma hora ao domingo.
Não sei o que leva a Antena 1 a manter o programa, mas se
foi tão expedita a despachar o Rosa Mendes and
friends, por mim não entendo um tal apego ao Júlio.
Por outro lado, o Júlio também não se enxerga, e não percebe
que ele e aquele modelo já deram o que tinham a dar. É preciso saber partir,
deixar o palco quando chega a hora, mas isso é ruptura muito difícil para a
maioria dos egos.
Naqueles cinco minutos, seria bom ouvir vozes diferentes com
assuntos diferentes. Seria bom ouvir, por exemplo, um escritor ou crítico recomendar um
livro, um artista ou um curador escolher uma exposição, um cinéfilo
entusiasmar-me com um filme, um melómano apontar-me um CD.
Júlio Machado Vaz e a RDP parecem o Carreras a Brightman no
dueto Amigos para Siempre; porém, como
quem paga essa amizade sou eu, tenho o direito de dizer que estão a abusar da
minha paciência, e todas as manhãs me apetece dizer BASTA.