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quinta-feira, junho 20, 2013

País da treta


Quando vemos imagens da resistência e da luta dos gregos contra o encerramento da sua rádio e televisão;

Quando vemos os turcos a levar com os canhões de água e gás pimenta em cima durante tantos dias, ou agora, de pé e em silêncio na praça Taksim;

Quando vemos milhares e milhares de brasileiros a levar pancada da polícia por se manifestarem contra os gastos com as “festas” vindouras enquanto lhes falta saúde, educação e transportes, por exemplo;

Quando vemos essas e outras lutas dos povos do mundo, percebemos que somos um povo e um país da treta.
Eu digo treta, mas toda a gente percebe que eu queria dizer outra coisa.

O país da treta é aquele em que até uma simples manifestação atrapalha o trânsito, e não vale a pena.
Onde uma greve é só um prejuízo para os pobres, e não vale a pena.
Onde interromper ou não deixar falar um ministro é um atentado à democracia e liberdade de expressão, e não vale a pena.

Não vale a pena, parece, é viver aqui, neste país da treta.
Não fora dar-se o caso de eu ainda acreditar que “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
E, nesta convicção, vou. Por uns dias. Matar saudades. Conto voltar.