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sexta-feira, março 20, 2015

O pau











 
 
 
Há um novo brinquedo no mercado – o pau de selfie.

A chegada desta nova geringonça vai acabar com mais um antigo e divertido ritual do turista – escolhia-se um asiático, turista como nós, com a máquina fotográfica ao pescoço, e pedia-se-lhe: would you, please, take us a picture?

Ele (a) sorria, ou não, respondia sure, a gente fazia pose e, no fim, despedíamo-nos todos com simpatia, como o engenheiro Sousa Veloso no tempo do TV Rural.

Aquela foto, tirada pelo asiático criteriosamente escolhido, era a prova provada, e com grande probabilidade a única, de que tínhamos estado mesmo lá, e juntos.

A partir de agora, basta sacar o tal pau de dentro da mochila, e disparar.

A posteridade deduzirá, talvez, que esta foi a época de ouro das relações, porque os casais em férias surgirão, em milhares de fotografias, juntinhos e risonhos.

E pronto, e assim se acabou também com a interacção fotográfica com turistas asiáticos.

Só nos últimos anos já vi desaparecer tanta gente, tantas ideias, tantos costumes, tantas profissões, tantos modos de fazer que às vezes penso que vivo mas é num buraco negro – num daqueles com muita massa, que tudo sugam e tudo fazem desaparecer.
Medo!

terça-feira, novembro 11, 2014

Ide, ide pentear macacos












 
 
 
 
Estou fartinha de pagar para entrar em Lisboa, venha eu de onde vier.
Taxas sobre o turismo não me chocam.
O turismo não tem só vantagens, e há que reparar os danos.
Por essa Europa fora tudo é pago – até o inevitável xixi.

Mas, quando penso que os nossos filhos emigrados, chegando à Portela, vão ter que pagar uma taxa turistica, bom, aí fico mesmo enxofrada, e só me apetece dizer ao Costa que vá pentear macacos.

É o que estou fazendo, como se pode ver!

Imagem: Rumble Fish, Francis Ford Coppola, 1983

quarta-feira, agosto 01, 2012

Turistas

O turismo é um desporto global, e os seus praticantes estão por todo o mundo – novos e velhos, bem ou mal vestidos, limpos ou sujos, pobres ou ricos, de ténis ou sandálias, nunca serão confundidos com não-turistas novos e velhos, bem ou mal vestidos, limpos ou sujos, pobres ou ricos, de ténis ou sandálias porque há uma peça que todos, devotamente, carregam: a máquina fotográfica.

Das mais simples à mais sofisticadas, levadas na mão, no bolso, ao pescoço ou em malas e maletas de marca, com filtros, palas, ou lentes várias, exigindo saber técnico ou tão fáceis de usar como um selo de correio, elas são o verdadeiro traço distintivo, o indispensável adereço do turista contemporâneo.

O turista militante vê tudo pelo menos duas vezes – uma pelo seu olho, e outra pela lente da máquina.

Estou até firmemente convencida de que só quando ouve o disparo da sua máquina fotográfica ele relaxa, e se convence de que realmente VIU.

Uma coisa linda de se ver!