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sexta-feira, julho 11, 2014

Devíamos...










 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há precisamente um ano, a empáfia da família Espírito Santo não tinha limites.

Ricardo Espírito Santo Salgado dizia que “Os portugueses não querem trabalhar, preferem o subsídio” (aqui)

Cristina Espírito Santo conversava sobre a Comporta com a Revista do Expresso e dizia que estar ali, na Comporta, em casas simples e no meio da natureza, era como brincar aos pobrezinhos.

Esta conversa deu brado nas redes sociais e também entrei nela.

A estes portugueses de primeira devíamos ser agora capazes de oferecer não um subsídio, nem sequer uma reforma confortável.

Antes devíamos ser suficientemente generosos para lhes proporcionarmos a absoluta despreocupação com a subsistência para o resto das suas vidas − a elas nas Mónicas e a eles no Linhó.

 

terça-feira, janeiro 29, 2013

De intelectual a bem-pensante


Tempos houve em que os intelectuais eram interventivos em termos políticos e sociais, sendo não apenas respeitados mas considerados elementos fundamentais duma sociedade livre, progressiva e culta.

Nas últimas décadas, o paradigma mudou, e os intelectuais foram-se, aos poucos, resguardando nos seus gabinetes de universidade, a ponto de quase não darmos por eles no nosso quotidiano.

Simultaneamente, a cultura rasca da mediocridade foi invadindo toda a sociedade, qual selva tropical depois do aguaceiro.

Chegámos então ao ponto de os intelectuais passarem a ser apelidados de “bem-pensantes”, com o todo o desdém invejoso e alarve que o termo comporta.

Do que tenho conseguido perceber, os “bem-pensantes” são um grupo altamente minoritário, que se dedica sobretudo às diversas áreas culturais; sobre elas aprofundaram estudos e reflexões, capazes de lhes permitirem um olhar crítico que lhes advém da capacidade de interligarem conhecimentos.

É natural que estas pessoas tenham gostos diferentes das chamadas “massas”, mas é prudente que não os expressem, sob pena de verem agrafado no seu traseiro o rótulo de “bem-pensante”, ou seja, extravagante, convencido, snobe e, em última análise, perigoso.

É assim que é visto o intelectual no terceiro milénio; não admira que fuja – a sanha das massas embrutecidas assusta mesmo.

Felizmente para eles, as massas andam entretidas a colocar nos tops de vendas todas as possíveis sombras da Grey bem como o vibrante “Basta” de Camilo Lourenço; por isso nem repararam na notícia - “Grupo de intelectuais pede união para evitar morte da Europa”, entre os quais se inclui o escritor português António Lobo Antunes, e poucos dão pela falta da coluna de António Guerreiro no Expresso.

Afinal, são apenas “bem-pensantes”. Pfff.

 

segunda-feira, julho 29, 2013

Também posso brincar, Cristina?

É maravilhoso ver como os ricos deste país estão felizes e descontraídos.

Deve dizer-se, em abono da verdade, que os nossos ricos nunca foram exibicionistas, sempre deixaram isso para os novos-ricos.

Para eles, a riqueza é sua por desígnio divino, é coisa que não se discute nem há necessidade de exibir.

Há muitos, muitos anos, quase no tempo em que os animais falavam, apanharam uns sustos, mas tudo isso passou, graças a Deus, e a vida voltou a ser como sempre foi e deve ser – segura, mansa e discreta.

E assim continua, podendo até dizer-se que está cada vez mais segura.

Poucas vezes os nossos ricos aparecem, mas esta semana deram um ar de sua graça na Revista do Expresso.

Instalados nas suas casas muito simples da Comporta, o que lhes apraz dizer é que estar lá, nessas casinhas, com a natureza em estado puro, “é como brincar aos pobrezinhos”, nas palavras de Cristina Espírito Santo, que Deus a proteja.

Não é uma ternura? Eu adorei.

Nota: a imagem aqui reproduzida acompanha a reportagem do Expresso e mostra as delícias dum champanhe no areal. Também posso brincar, Cristina?